Para representantes da área, as mudanças na Previdência e na legislação trabalhista são essenciais para retomada e não podem mais ser adiadas

Representantes da construção civil estiveram ontem em Brasília para se reunir com o presidente Michel Temer e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. O objetivo é reafirmar apoio à aprovação das reformas da previdência e na legislação trabalhista. O setor, que enfrenta uma das suas piores crises, diz que as mudanças são essenciais para o País voltar a crescer.

Durante o encontro, a comitiva da construção, organizada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), apontou que sem as mudanças o futuro do setor permanecerá nebuloso.

“Fomos reiterar a importância das reformas. O nosso setor está agonizando. Nós vamos bem quando o País vai bem”, destaca o presidente do Sindicato da Construção (SindusCon-SP), José Romeu Ferraz Neto.

De acordo com o representante, as propostas (atualmente em discussão no Congresso Nacional) estão diretamente relacionadas à melhora da economia do País e a retomada do consumo, e sem elas, o executivo aponta que o setor não irá retomar tão cedo. “[Sem isso] as perspectivas são péssimas. O número de empregos caiu em março pelo 30º mês seguido consecutivo e estamos sem horizonte”, diz. Segundo dados divulgados pela entidade no mês de março, de outubro de 2014 até o momento, já foram encerrados mais de 1,1 milhão de postos de trabalho por todo o País.

Mesmo com pleitos setoriais considerados imprescindíveis pelas construtoras, como a regulamentação dos distratos, o executivo expõe que não é o momento para pleitear o tema. “Como devolver o que não será desenvolvido? É inútil discutir distrato nesse momento. Os estoques estão diminuindo uma vez que não há produção”, coloca o executivo.

Os pleitos que devem ser tratados agora não são das incorporadoras, mas da população. A magnitude do problema é muito maior”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz Antônio França. De acordo com o executivo, hoje a preocupação é que as reformas não fiquem paradas e sejam aprovadas logo.

De acordo com o Portal do Planalto, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Rodrigues Martins, afirmou durante a reunião que o setor está comprometido em ajudar os parlamentares no debate das reformas. “O que não pode é que elas não aconteçam”, diz.

De acordo com o executivo, sem credibilidade no futuro e previsibilidade não há investimento. “Ninguém compra uma casa se não tiver certeza que terá o seu emprego amanhã. A mesma coisa com a indústria, a mesma coisa com o comércio. Então, a sobrevivência do setor é nós termos essas reformas aprovadas”, declarou.

Segundo encontro

À tarde foi a vez do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, se encontrar com os representantes do setor. De acordo com um dos presentes na reunião, o vice-presidente de habitação do SindusCon-SP, Ronaldo Cury, o pleito foi o mesmo e a resposta foi positiva. “Ele disse que dará continuidade às reformas e garantiu que vai fazer o possível para não parar. Sem elas o cenário pode espantar o investidor”, disse Cury.

Publicado em: http://www.dci.com.br/servicos/sem-reformas,-setor-mantem-queda-id627742.html